sábado, 18 de junho de 2011

Depende do tempo

Não entendo por que “cargas d'águas”, Santos Dumont inventou o relógio de pulso.
Maldita a hora em que foi permitido a ele nos seguir, peregrinamente.
Este marcador infindável de tempo que escraviza seus cúmplices.
Esses ponteiros digitais automáticos à bateria de lithium, daquelas que não acabam nunca.
Assim poderá ter a certeza que será controlado pra sempre.

Bendito presente ao qual fui dado, pois estou certo que me deram de presente a ele.
Esta afirmação já está escrita em outro texto, mas cabe muito bem a este.
Que questiona a real necessidade de se prestar a tal submissão.
E gotejantemente mina minhas fronteiras, não permite atrasar, não permite subjeções, transgressões.

Não me canso de lutar corajosamente, e certo do momento próximo durmo tranqüilo.
O tempo não passa entre os ponteiros, passa na minha ansiedade.
O tempo não passa como para uma criança às vésperas do Natal, não passa para chegar
Neste momento o tempo serve apenas para afastar, para nos distanciar
Nos distanciar das coisas que estão dependo do tempo para chegar

Só não me distancio de você, nunca me distancio de você.
Neste tempo o tempo que a matéria nos separa não está no ponteiro digital.
O tempo está dentro de nós. E corre no nosso mundo paralelo à realidade.
Dentro do nosso cantinho, dentro da minha e tua vida.
Corre o tempo, mas corre com meu caminho para longe do seu.
Para que fique sempre a esperança de que ainda não terminou
E durará até o "Jardins de Margaridas".

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